Semana 1 e 2:
ESTUDOS ACADÊMICOS SOBRE “SERMÃO DA SEXAGÉSIMA” E A “CARTA DE PERO VAZ DE CAMINHA”
Muitos universitários utilizaram o Sermão da Sexagésima como tema de estudo, análise e criação de artigos. Durante nossa análise, separamos dois: Um da especialista em Língua Portuguesa, formada pela UERJ e membro do Grupo de Pesquisa SELEPROT, Elisa Tavares Pires e outro da Joise Maria Luft, graduanda da UFFS.Elisa Tavares Pires fez uma análise sobre “A argumentação em ‘Sermão da Sexagésima’”. A mestranda inicia o trabalho com o objetivo de usar o Sermão como exemplo para alunos, de forma que eles usem as estratégias argumentativas presentes no texto em seus próprios discursos. Para isso, ela analisa o contexto histórico em que ele foi escrito, assim como a própria vida do Padre Antonio Vieira, para então poder analisar o texto em si, as escolhas gramaticais, técnicas de argumentação, etc. Já Joise Maria Luft volta seu estudo para figuras de linguagem, mais especificamente as alegorias. Ela analisa o uso delas no Sermão e como elas se tornam compreensíveis e geram o convencimento.
Um dos estudos feitos sobre a Carta de Pero Vaz de Caminha foi feito por: Julia Silveira Matos (Doutora em História, professora do curso de História da Universidade Federal do Rio Grande - FURG e coordenadora de Pós-graduação em História: Mestrado profissional), Luciane dos Santos Avila (História licenciatura - FURG e bolsista de Iniciação à Docência – PIBID) e Fernanda Santos dos Santos (História licenciatura - FURG e bolsista de Iniciação à Docência – PIBID).
Juntas, elas fizeram um artigo sobre a Carta, analisando seus principais elementos (como os indígenas eram vistos, por exemplo) e como a carta poderia ser usada/trabalhada em sala de aula, que, por ser um documento histórico, proporciona aos alunos uma visão “real” do passado, fazendo-os relacionar com o presente e vice versa. Um dos pontos de observação da análise foi identificar como a Carta poderia ajudar na compreensão da Idade Moderna e quais elementos nela inseridos seriam usados para essa compreensão.
Dessa forma, podemos concluir que tanto o Sermão da Sexagésima, quanto a Carta de Pero Vaz de Caminha são ferramentas excelentes para o ensino. Independentemente de as análises terem sido feitas para disciplinas diferentes (Português e História, respectivamente), o uso delas traz exemplos reais e ricos para a sala de aula: como usar a argumentação e figuras de linguagem de forma que seja produzido um discurso de extrema qualidade e como um documento histórico auxilia na compreensão da história.
BIBLIOGRAFIA
PIRES, Elisa Tavares. A Lição de Barthes: A Argumentação em Sermão da Sexagésima: Breve Análise. Disponível em: http://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/cadernoseminal/article/viewFile/10915/8606
LUFT, Joise Maria. A Construção Alegórica no Sermão da Sexagésima de Antonio Vieira. Disponível em: http://www.revistaversalete.ufpr.br/edicoes/vol4-07/13%20A%20constru%C3%A7%C3%A3o%20aleg%C3%B3rica.%20Joise%20Maria%20Luft%20PRONTO.pdf
MATOS, Julia Silveira; AVILA, Luciane dos Santos; SANTOS, Fernanda Santos. A Escrita de Pero Vaz de Caminha e as Características da História Moderna para o Ensino de História. Disponível em: http://projeto.unisinos.br/rla/index.php/rla/article/viewFile/248/201
Integrantes:
Aniele da Rocha Macedo RA: C50DHD-2
Nathalia Marques Fernandes Santos RA: C582FI-2
Semana 3:
TIL – JOSÉ DE ALENCAR
BERTA – É a personagem principal da trama. Berta é uma típica heroína romântica e possui uma grande influência no comportamento das outras personagens, manipulando-as – sempre movida por boas intenções. É muito bondosa, caridosa e altruísta.
BESITA – Mãe de Berta, Besita é uma mulher muito bonita que atrai os olhares de três homens durante a narrativa: Jão Fera, Luís Galvão (pai de Berta) e Ribeiro, sendo este com quem acaba se casando.
ZANA – Trabalhava para Besita, mas acabou ficando louca após presenciar o assassinato da patroa e assim passou a, todos os dias, repetir as mesmas ações do dia da morte da mãe de Berta.
DONA ERMELINDA – Esposa de Luís Galvão, Dona Ermelinda é uma mulher muito elegante e educada, mas diferente de Besita, não é muito bonita. É filha de um capitalista e, por ter sido educada aos moldes europeus, possui um típico perfil de senhora/patroa.
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Nathalia Marques Fernandes Santos RA: C582FI-2
Tayná Trombin da Silva RA: C655DC-6
O Naturalismo fazia uso de vocabulário bastante técnico e de cunho estritamente materialista, para que fosse possível estreitar ao máximo as relações entre arte e ciência, e é o que acontece com a obra "O Cortiço", que é uma obra que faz um retrato da sordidez e dos vícios humanos, seguindo a teoria naturalista de que o espaço físico e o código genético influenciam o comportamento humano, e essas representações são feitas sem esconder aspectos repugnantes e grotescos.
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Aniele da Rocha Macedo RA: C50DHD-2
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Podemos citar inúmeros exemplos de ironia em suas obras, mas temos um exemplo da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis", ressaltando que, para o autor, amor e interesse material estão intimamente ligados.
Outro exemplo é o conto O Caso da Vara, onde Machado usa a ironia para evidenciar críticas à sociedade da época e da sordidez da escravidão.
Apesar de sua influência romântica (podendo ser vista nas obras Iaiá Garcia, Contos Fluminenses, A mão e a luva, Ressurreição, Helena e História da meia-noite), os temas abordados em suas obras não correspondem aos temas comuns ao movimento. Destacando-se dos demais, Machado concentrava suas obras em personagens femininas ávidas por ascensão social, dispostas até a sacrificar sua vida amorosa, o que era abordado de forma completamente oposta pelos autores românticos, e suas obras são bastante críticas e fazem isso com muita ironia.
Em 1878, Machado estava com sérios problemas de saúde, e deixou a cidade do Rio de Janeiro com sua esposa para ir morar em Nova Friburgo, conhecida por bons ares. A partir daí, o escritor recupera seu fôlego criativo e inicia a chamada segunda fase da prosa de Machado de Assis, onde se sobressai a análise psicológica dos personagens, como o egoísmo, pessimismo e negativismo, além de críticas ao romantismo.
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O livro retrata a criminalidade e a violência por parte das crianças, mas faz isso dando, em alguns momentos, uns lampejos de inocência comuns a qualquer criança. Há uma cena no livro onde elas brincam em um carrossel e esquecem de todo mundo de tão encantadas que ficam com o brinquedo, deixando de lado até os pensamentos sobre os crimes que cometeram e que pretendiam cometer. Também é possível notar seus sonhos, medos simples como de chuva e de trovão, falta de um carinho de mãe e até um primeiro amor na adolescência, além de sofrerem preconceito por parte de outras pessoas, inclusive, ironicamente, de senhoras da igreja.
A questão da falta de uma figura materna é abordada com o surgimento da personagem Dora. Após muito relutarem, eles acabam aceitando a primeira garota no grupo dos Capitães da Areia e acabam criando afeição por ela, que costura, cuida, conversa e dá carinho para os meninos. Apesar de ter a mesma idade deles, ela se mostra muito atenciosa e carinhosa e logo os conquista, e cada um deles a vê como a mãe que teve ou reflete nela a mãe que sonhavam em ter um dia.
O livro mostra que as crianças cometem crimes e assaltam para suprir suas necessidades de comida e roupa. Algumas vezes, se infiltram em casas para observar o movimento da mesma, os bens que têm e como podem fazer para assaltá-la. Em uma dessas operações, um dos garotos acaba desenvolvendo afeto pela família que o acolhe pensando ser um garoto de rua ingênuo e desesperado. Esse garoto se encanta com os carinhos da mulher e com a amizade do homem e começa a hesitar quanto a cometer o crime, mas sua lealdade com o grupo é mais forte e ele acaba cometendo o ato, mas depois disso se torna mais frio e amargurado, buscando incansavelmente o carinho que deixou de lado e se sentindo culpado por ter traído a confiança do casal.
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O livro é narrado em terceira pessoa, mas a presença do discurso indireto livre traz à narrativa a voz das personagens, o que nos insere, de fato, na vida que eles vivem, de forma que podemos ouvi-los e não somente saber o que falaram. A escolha do tempo psicológico ao invés do tempo cronológico também é marcante, já que assim essas personagens que vivem na miséria, sofrem constantemente e que estão distantes da “sociedade civilizada” se tornam ainda mais excluídas.
Outra característica marcante na obra de Graciliano Ramos é o nome das personagens – e até mesmo a ausência dele. Logo no primeiro capítulo, aparecem Sinha Vitória, Fabiano, seus filhos (chamados de “menino mais velho” e “filho mais novo”) e a cachorra Baleia. É de fato interessante que até mesmo a cachorra tem nome e as crianças não, ainda que seu nome seja bem irônico ao comparar com a situação em que a família vive – na seca. Quando algo possui um nome, damos um significado para aquilo, mas algo/alguém sem nome, não possui significação, ou seja, essas são crianças sem significação, com um futuro indefinido.
Analisando a situação do nome/ausência do nome em Vidas Secas, podemos compará-la com a de outros textos: Te, de Marilene Felinto, e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Em Te, vemos uma situação parecida. A criança, assim como os filhos de Sinha Vitória e Fabiano, é quase como um “nada”, sem importância, de tal forma que seu “nome” não chega nem a ser uma sílaba, mas sim um simples fonema. Já em Morte e Vida Severina, apesar de todos terem um nome, ele não os identifica, todos são “Severinos”, “Marias”, “Josés”, a única coisa que faz a diferenciação entre as pessoas, é a morte de cada uma delas.
Dessa forma, com ou sem nome, essas personagens podem ser consideradas todas “Severinas”, pois são pessoas que vivem no sofrimento, sem importância, um “nada”, todos têm uma morte e vida “Severina”.
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ANÁLISE DO TEMA E ESTILO ROSIANO
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Semana 4:
ANÁLISE DO ENFOQUE DADO À OBRA MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS POR VESTIBULARES
ANÁLISE DO ENFOQUE DADO À OBRA MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS POR VESTIBULARES
Analisamos cinco questões de vestibulares que tratam da obra Memórias de Um Sargento de Milícias, sendo quatro do vestibular FUVEST, da Universidade de São Paulo (USP) e uma do vestibular da Universidade do Rio Grande do Sul (UFRS) disponíveis no site passeiweb.com.
Entre as quatro da FUVEST, foram abordados temas como análise de personagens; a linguagem utilizada pelo autor; a contradição de idealização do sentimentalismo presente nas relações amorosas do romantismo; e comparação entre personagens de outras obras do romantismo. No vestibular da UFRS a questão indaga a percepção que o próprio narrador tem do protagonista.
Pudemos observar que esses dois vestibulares tratam a obra no seu contexto geral, como análise dos personagens, suas índoles, a impressão que o próprio narrador tem do protagonista, passando pelas relações amorosas da obra que vão contra os ideais românticos, e comparando personagens de obras diferentes. A abordagem dada à história exige dos vestibulandos um conhecimento literário avançado, não basta ler a obra, é necessário conhecer o movimento romântico, suas características e ler obras diversas para ser capaz de criar uma relação entre elas.
Questões disponíveis no link www.passeiweb.com/preparacao/banco_de_questoes/portugues/memorias_de_um_sargento_de_milicias
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Semana 5:
LINGUAGEM E VOCABULÁRIO DA OBRA "O CORTIÇO", DE ALUÍSIO AZEVEDO
A obra "O Cortiço" é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente. Sobre sua linguagem, é possível encontrar uma grande capacidade descritiva do narrador para com a cena e uma plurivalência de nacionalidades, mostrando como variadas línguas como o francês, o italiano e o português de Portugal, por exemplo, junto com o falar dos salões e das ruas integram a Língua Portuguesa, representando assim vários tipos de pessoas e culturas, afirmando que a obra não era para um só público alvo, mas para vários.O Naturalismo fazia uso de vocabulário bastante técnico e de cunho estritamente materialista, para que fosse possível estreitar ao máximo as relações entre arte e ciência, e é o que acontece com a obra "O Cortiço", que é uma obra que faz um retrato da sordidez e dos vícios humanos, seguindo a teoria naturalista de que o espaço físico e o código genético influenciam o comportamento humano, e essas representações são feitas sem esconder aspectos repugnantes e grotescos.
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Semana 6:
REALISMO MACHADIANO
A ironia machadiana é a principal característica de sua fase "madura" (ou realista) e foi herdada do romantismo europeu, e por isso está presente em toda a obra de Machado, desde seus primeiros escritos.Podemos citar inúmeros exemplos de ironia em suas obras, mas temos um exemplo da obra Memórias Póstumas de Brás Cubas: “Marcela amou-me durante quinze meses e onze contos de réis", ressaltando que, para o autor, amor e interesse material estão intimamente ligados.
Outro exemplo é o conto O Caso da Vara, onde Machado usa a ironia para evidenciar críticas à sociedade da época e da sordidez da escravidão.
Apesar de sua influência romântica (podendo ser vista nas obras Iaiá Garcia, Contos Fluminenses, A mão e a luva, Ressurreição, Helena e História da meia-noite), os temas abordados em suas obras não correspondem aos temas comuns ao movimento. Destacando-se dos demais, Machado concentrava suas obras em personagens femininas ávidas por ascensão social, dispostas até a sacrificar sua vida amorosa, o que era abordado de forma completamente oposta pelos autores românticos, e suas obras são bastante críticas e fazem isso com muita ironia.
Em 1878, Machado estava com sérios problemas de saúde, e deixou a cidade do Rio de Janeiro com sua esposa para ir morar em Nova Friburgo, conhecida por bons ares. A partir daí, o escritor recupera seu fôlego criativo e inicia a chamada segunda fase da prosa de Machado de Assis, onde se sobressai a análise psicológica dos personagens, como o egoísmo, pessimismo e negativismo, além de críticas ao romantismo.
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Semana 7:
MODERNISMO DE JORGE AMADO – CAPITÃES DA AREIA
A obra faz parte do movimento Modernista. A principal característica desse movimento é a crítica social e a denúncia dos problemas nacionais (principalmente os regionais), como a seca, por exemplo. No caso da obra Capitães da Areia, a questão abordada é dos menores abandonados e a criminalidade cometida por crianças.O livro retrata a criminalidade e a violência por parte das crianças, mas faz isso dando, em alguns momentos, uns lampejos de inocência comuns a qualquer criança. Há uma cena no livro onde elas brincam em um carrossel e esquecem de todo mundo de tão encantadas que ficam com o brinquedo, deixando de lado até os pensamentos sobre os crimes que cometeram e que pretendiam cometer. Também é possível notar seus sonhos, medos simples como de chuva e de trovão, falta de um carinho de mãe e até um primeiro amor na adolescência, além de sofrerem preconceito por parte de outras pessoas, inclusive, ironicamente, de senhoras da igreja.
A questão da falta de uma figura materna é abordada com o surgimento da personagem Dora. Após muito relutarem, eles acabam aceitando a primeira garota no grupo dos Capitães da Areia e acabam criando afeição por ela, que costura, cuida, conversa e dá carinho para os meninos. Apesar de ter a mesma idade deles, ela se mostra muito atenciosa e carinhosa e logo os conquista, e cada um deles a vê como a mãe que teve ou reflete nela a mãe que sonhavam em ter um dia.
O livro mostra que as crianças cometem crimes e assaltam para suprir suas necessidades de comida e roupa. Algumas vezes, se infiltram em casas para observar o movimento da mesma, os bens que têm e como podem fazer para assaltá-la. Em uma dessas operações, um dos garotos acaba desenvolvendo afeto pela família que o acolhe pensando ser um garoto de rua ingênuo e desesperado. Esse garoto se encanta com os carinhos da mulher e com a amizade do homem e começa a hesitar quanto a cometer o crime, mas sua lealdade com o grupo é mais forte e ele acaba cometendo o ato, mas depois disso se torna mais frio e amargurado, buscando incansavelmente o carinho que deixou de lado e se sentindo culpado por ter traído a confiança do casal.
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Semana 8:
REGIONALISMO DE GRACILIANO RAMOS
A obra de Graciliano Ramos, Vidas Secas, possui muitas características interessantes para serem analisadas, como o discurso indireto livre e o tempo psicológico.O livro é narrado em terceira pessoa, mas a presença do discurso indireto livre traz à narrativa a voz das personagens, o que nos insere, de fato, na vida que eles vivem, de forma que podemos ouvi-los e não somente saber o que falaram. A escolha do tempo psicológico ao invés do tempo cronológico também é marcante, já que assim essas personagens que vivem na miséria, sofrem constantemente e que estão distantes da “sociedade civilizada” se tornam ainda mais excluídas.
Outra característica marcante na obra de Graciliano Ramos é o nome das personagens – e até mesmo a ausência dele. Logo no primeiro capítulo, aparecem Sinha Vitória, Fabiano, seus filhos (chamados de “menino mais velho” e “filho mais novo”) e a cachorra Baleia. É de fato interessante que até mesmo a cachorra tem nome e as crianças não, ainda que seu nome seja bem irônico ao comparar com a situação em que a família vive – na seca. Quando algo possui um nome, damos um significado para aquilo, mas algo/alguém sem nome, não possui significação, ou seja, essas são crianças sem significação, com um futuro indefinido.
Analisando a situação do nome/ausência do nome em Vidas Secas, podemos compará-la com a de outros textos: Te, de Marilene Felinto, e Morte e Vida Severina, de João Cabral de Melo Neto. Em Te, vemos uma situação parecida. A criança, assim como os filhos de Sinha Vitória e Fabiano, é quase como um “nada”, sem importância, de tal forma que seu “nome” não chega nem a ser uma sílaba, mas sim um simples fonema. Já em Morte e Vida Severina, apesar de todos terem um nome, ele não os identifica, todos são “Severinos”, “Marias”, “Josés”, a única coisa que faz a diferenciação entre as pessoas, é a morte de cada uma delas.
Dessa forma, com ou sem nome, essas personagens podem ser consideradas todas “Severinas”, pois são pessoas que vivem no sofrimento, sem importância, um “nada”, todos têm uma morte e vida “Severina”.
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Semana 11:
ANÁLISE DO TEMA E ESTILO ROSIANO
Em Grande Sertão: Veredas Guimarães Rosa trata da realidade existente na época, os conflitos e traições entre famílias e inimigos. Traz à tona a opressão sofrida pelas mulheres na personagem de Diadorim, que precisa se travestir de homem para ser aceita na sociedade e atingir seus objetivos. Por mais sangrentos que sejam as batalhas, Rosa trabalha bem os motivos que levam a elas, mesmo através da narração de Riobaldo. Apesar do livro não possuir separação de capítulos e ser de difícil leitura, é possível compreender o que se passa na história.
Já em A terceira Margem do Rio, não temos tanta dificuldade de entender a história, porém não sabemos os motivos que levaram ao abandono do pai. Talvez por se tratar da perspectiva do filho, não é possível traduzir a o abandono como algo que seja menos que absurdo ou seja justificável.
Nas duas obras encontramos neologismos, estilo apresentado em todas as obras de Guimarães Rosa.
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